Eu lembro como se fosse hoje. Era um dia normal de trabalho e eu estava com cabeça cheia de coisas, pois estava passando por uma situação nova: minha filha iria entrar na escola.
Estacionei meu carro e apertei o 21 andar do elevador. Passava pelas pessoas dando bom dia, mas sinceramente, eu estava tensa.
Tensa porque mais uma vez eu teria que dar um jeito de sair do trabalho para cuidar de algo particular. No caso, eu teria que fazer a adaptação da minha filha na escola.
Era algo novo, então não estava sabendo direito como lidar. Organizar meus horários para levá-la na escola, pensar quem iria buscá-la, tinha que comprar uniforme, pensava que a minha filha estava crescendo... aquela confusão de emoções.
Coloquei a bolsa na minha mesa, liguei o computador e "bufei". - Afffff
Fiz isso porque na semana anterior eu tive que sair no meio do dia para levar a Bia no pediatra e a recepção da notícia pela minha chefe não foi das mais simpáticas.E agora tinha a adaptação na escola.
Se você é mãe, talvez se identifique com o momento e com os sentimentos que eu tive naquela hora e que eu estou tentando passar para vocês. Se você não é mãe, imagine aquele aperto no peito, de achar que você fez alguma coisa errada e não sabe o que é.
Bom, levantei a cabeça e fui até a mesa da minha chefe falar que eu precisava na próxima semana chegar alguns dias mais tarde. Teria que fazer a adaptação na escola da Bia, e teria que ficar com ela lá alguns dias. Mas chegaria no trabalho logo em seguida e ficaria até mais tarde se precisasse compensar. Mesmo que eu tivesse um banco de horas grande e mesmo que não estivesse com uma demanda urgente de trabalho.
- Oi chefe, posso falar com você rapidinho?
- Claro, senta aí!
- Semana que vem a Bia começa na escola. E eu queria saber se tudo bem se eu chegar alguns dias mais tarde para poder acompanhá-la. Eu preciso estar lá nos primeiros dias para poder acompanhar. Mas fica tranquila que venho logo em seguida e se precisar, fico até mais tarde se for o caso.
- Ai, Carol, olha…não tem como você mandar a babá?
- Não.
- Nem sua sogra?\
- Também não.
- Olha, acho complicado você chegar tão mais tarde, não acho legal você fazer isso…veja se tem como outra pessoa levá-la.
- Então, é que não tem outra pessoa…posso até tentar revezar com o meu marido, mas…
- Então, melhor não…não seria legal…
- OK.
Levantei, respirei fundo, com aquela sensação do queixo começar a tremer, sabe? E fui direto para o banheiro. Lá comecei a chorar. E te falo…nunca fui disso, de chorar no trabalho. Mas aquilo foi tão forte para mim que eu desabei.
Fiquei no banheiro chorando e quando resolvi subir no salto novamente, eu decidi ali que nunca mais iria passar por essa situação, de ter que escolher entre o meu trabalho e a minha filha. Eu tinha que ter os dois.
A gente escuta tantos "nãos" na vida e eu achei que estava na hora de me permitir ouvir um SIM!
Aquilo foi a gota d'água, pois saí do banheiro decidida a pedir demissão, mas no mesmo instante, minha chefe me chamou e disse que pensou melhor e que eu podia ir.
Mas daí já era tarde demais.
Não pedi demissão na hora, mas comecei a me mexer.
Foi a partir desse momento que virei toda a minha energia em achar algo que eu queria fazer, sem ser no mundo corporativo.
Eu vou ser bem sincera com você…eu poderia parar de trabalhar se eu quisesse. Tinha apoio para isso. Mas eu não queria. Eu queria juntar a liberdade de tempo que eu precisava e parar de trabalhar não era uma opção. Eu não queria depender de ninguém financeiramente.
Nessa época a Bia tinha quase 2 anos. Eu fui uma das primeiras da turma de amigas a ter filhos, e por isso, acabava ajudando muitas delas com os preparativos para a chegada do bebê.
O que comprar, onde comprar, que profissional procurar, o que funcionava…enfim…estava lá sempre ajudando. E percebi que adorava fazer isso! Eu nunca imaginei ter um negócio próprio no mundo materno. Na verdade, nunca tinha imaginado que teria um negócio próprio.
Até o dia que uma amiga minha que eu estava ajudando falou para mim:
- Carol, você deveria trabalhar com isso!
Eu dei risada, porque nunca tinha imaginado que poderia ganhar dinheiro com isso. Como iria vender esse trabalho? Nunca tinha escutado falar…
Mas por algum motivo, fiquei com essa ideia na cabeça e comecei a procurar na internet, até que descobri a profissão de Baby Planner.
O porque eu contei tudo isso para vocês? Porque normalmente nós deixamos passar algumas oportunidades que podem mudar muito a nossa vida.
Eu estava incomodada com o meu trabalho e o que eu fiz? Aceitei? Não! Tomei a maior decisão da minha vida.
Poderia ter dado errado? Sim! Mas eu tentei e deu certo! Arrisquei, me joguei de cabeça em algo novo.
Duvidei que a ideia de trabalhar de Baby Planner? Sim, mas mesmo assim, vi que trabalhar no mundo materno era uma ótima oportunidade, inclusive de mercado (afinal, nascem bebês todos os dias) e encarei o desafio!
Pensem bem nisso...eu consegui transformar a minha paixão pelo mundo materno na minha fonte de renda, conquistando coisas que eu queria como liberdade de tempo e trabalhar com algo que eu gostasse, só porque eu dei uma chance, a mim mesma de ter um SIM na minha vida!
Até a próxima semana!
Bjs,
Carol.
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