
Eu acordo 3x na semana às 5h30 da manhã para ir malhar. Enquanto faço isso, meu marido prepara o café da manhã das meninas. Volto do treino, arrumo elas para a escola e ele leva. Nos outros dias, eu arrumo e levo para a escola.
Quando elas saem ou eu volto de levá-las na escola, eu sento com calma para tomar meu café da manhã, tomo banho e começo meu dia.
Sento para trabalhar enquanto elas estão na escola. Como a escola é semi integral alguns dias, consigo me dedicar bem ao trabalho. Mas não é o dia todo.
Foco bem esse tempo que tenho disponível e que elas não estão em casa, porque é o momento que eu tenho para produzir.
Quando dá o horário de ir buscá-las na escola, paro tudo e sigo para a natação, inglês, etc. Às vezes o computador vai junto. Depende das prioridades do dia. Às vezes é o livro que vai.
Alguns dias, elas ainda ficam em casa a tarde e eu muitas vezes, se consigo, sigo trabalhando. Mas tem dias que tenho que tomar um "lanchinho"de massinha, ou até mesmo brincar de mamãe e filhinha (como se eu nunca fizesse isso!). Enquanto isso, o trabalho volta para o stand - by.
Normalmente é o meu marido que coloca as meninas para dormirem. Enquanto ele faz isso, eu termino o que tenho que fazer do trabalho ou, dependendo do dia, estudo alguma coisa ou mergulho na Netflix.
Essa é a minha rotininha de segunda a sexta, mas nem sempre foi assim.
Eu comecei a trabalhar logo que consegui. Tinha 17 anos e estava no primeiro ano da faculdade. Nessa época, eu morava em Santos e subia a serra para SP todo dia para estudar. Acordava às 4h30 da manhã e chegava em casa depois das 14h. Nessa época resolvi começar a trabalhar em um shopping. Queria ter dinheiro para não depender dos meus pais. Logo, durou pouco a minha jornada, porque eu trabalhava das 16h às 22h, de pé. Mal dormia...comecei a virar um zumbi e logo desisti.
Depois comecei a arrumar estágio na minha área. Sou formada em hotelaria. Jesus...que arrependimento. Hotel só é legal para hóspede. Não para quem trabalha. Mas mesmo assim fiquei anos trabalhando na área.
Até que um dia resolvi que precisava mudar de área. Fui fazer uma pós em administração na FGV. Lá tínhamos um professor que durante uma aula perguntou: "ONDE VOCÊ QUER ESTAR DAQUI HÁ 05 ANOS?"
Sempre odiei essas perguntas. Não sabia o que eu queria fazer no próximo final de semana, imagina pensar daqui há 5 anos.
E eu vou te falar que foi difícil fazer esse exercício. Mas segui a lógica do momento. Queria trabalhar em uma empresa grande e imaginei a cena que eu estava saindo de um avião, de uma viagem a trabalho e voltando para abraçar a minha família.
Eis que um tempo depois consegui sair da hotelaria e ir trabalhar no mundo corporativo. Mercado financeiro… só homem engravatado… era legal! Adorava o que eu fazia. Trabalhar na área de comunicação e eventos.
Conseguem perceber que até agora NUNCA tinha passado na minha cabeça empreender? Eu só conhecia a opção de trabalhar CLT.
Meu modelo era a minha mãe, que trabalhou fora a vida toda. E eu achava que teria que ser assim comigo também.
Mas daí a gente vira mãe, né? Minha premissa era: "Vou continuar trabalhando normalmente depois da licença maternidade".
Confesso que o tempo que fiquei em casa, pensava muito no trabalho. Depois do perrengue dos 3 primeiros meses, já queria ler emails e planejava o meu retorno. Estava bem tranquila em voltar.
Mas a teoria é sempre diferente da realidade, né? Quando voltei, vi que na verdade, o que eu queria mesmo era voltar para casa e ficar com a minha filha. Fui percebendo que eu queria ter mais flexibilidade de tempo para poder acompanhar de perto o dia a dia dela.
Foi nesse momento que eu descobri que seria uma mãe que trabalharia em casa, porque parar de trabalhar não era uma opção.
Confesso que me senti estranha em tomar essa decisão. Até mesmo tinha a sensação de "ficar para trás", "e se eu me arrependesse", "como vou cuidar da minha filha e trabalhar ao mesmo tempo"...tudo isso passava na minha cabeça.
Foram anos de adaptação. Na verdade, todo ano eu tenho que me reorganizar. Os horários mudam, as atividades mudam, e EU que me adapto sempre.
Quando eu resolvi que seria uma mãe que trabalha em casa, comecei a trabalhar como baby planner e achei ali essa liberdade de tempo que eu queria. Podia fazer a minha agenda, acompanhar de perto o dia a dia da minha filha e ainda ganhava dinheiro fazendo alguma coisa que eu gostava.
Milagre? Não! Foi muita ralação e é até hoje. Mas o importante é que de uma maneira ou outra, eu consegui quebrar uma barreira que eu tinha em mim de achar que empreender não era para mim.
Aceitei mudar, investi tempo e dinheiro nessa transformação e reorganizei a minha vida.
Não me vejo trabalhando de outra maneira. Sou mãe, trabalho em casa, minhas filhas são as minhas prioridades e eu organizo a minha agenda com base na agenda das minhas filhas.
É difícil? Sim! Aquela rotina que contei para vcs no começo às vezes sai do lugar...nem sempre é redondinha assim...mas hoje ela funciona com a gente.
Quem é mãe e quer trabalhar em casa, precisa entender que imprevistos acontecem, é preciso se organizar muito na questão de tempo e saber quais são suas prioridades.
Amo sem a mãe que trabalha em casa! Não trocaria isso por nada!
Se naquele exercício que eu fiz na faculdade, alguém me falasse que eu depois de alguns anos seria mãe e estaria trabalhando em casa, empreendendo no mundo materno, com certeza eu não acreditaria.
Mas a verdade, é que tudo o que acontece na nossa vida, só depende de nós.
Bjs e até a próxima semana!
Carol.
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