Antes de começar, quero deixar claro aqui que não sou da turma do “Milagre da manhã”. Não quero converter ninguém, mas quero que você saiba que acordo três vezes na semana às 5h30. Tranquilamente.
Doida? Talvez. Mas entendi que eu precisava “esticar” meu dia para conseguir fazer tudo o que eu queria.
Minha história de amor e ódio com a organização de tempo começou quando eu parei de trabalhar no mundo corporativo e comecei a empreender no mundo materno como baby planner.
Eu estava naquele trabalho há uns 5 anos pelo menos e tinha a minha rotina bem definida. Quando a gente trabalha no mundo corporativo, muitas vezes “batendo ponto”, conseguimos encaixar algumas coisas no meio do dia. Por exemplo: se fazia a unha na hora do almoço, comia um sanduíche na mesa. Fazia academia antes de entrar no trabalho para fugir do trânsito. Supermercado era às 19h30 da noite com fome mesmo.
Mas tudo funcionava.
Quando eu sai, me vi com todo o tempo do mundo. Imagina, eu ia trabalhar de casa e iria eliminar trânsito, horário de entrada e saída, enfim, teria uma agenda bem flexível.
Eis que os dias começaram a passar e me vi atropelada de coisas para fazer. As coisas da casa, da minha filha e do trabalho, tudo junto e misturado. Começa o dia fazendo um post, que parava no meio para levar a minha filha para dar uma volta na praça e no meio eu fazia a lista de supermercado. Só que nada era realizado, só começado. E quando eu conseguia terminar, não tinha aquele empenho.
Chegava no final do dia e eu via que não tinha produzido nada. Estava super cansada, e quando me perguntavam o que eu tinha feito, minha resposta era: NADA!
Comecei a ficar muito ansiosa com meu trabalho. Tinha saído do mundo corporativo para conseguir liberdade de tempo e enfim, achar um equilíbrio entre a maternidade e o trabalho, mas não conseguia me dedicar ao meu novo passo, que era trabalhar como baby planner.
Eu tinha que criar site, desenvolver modelos, fazer pesquisas, testar os serviços, desenvolver os serviços, divulgar, cuidar do instagram, fazer post no blog, e mais um monte de coisas e não conseguia ter tempo para isso.
Na verdade, no fundo mesmo, eu acho que estava procrastinando um pouco esse começo. Porque começar qualquer coisa nova, ainda mais um novo trabalho, traz uma certa insegurança, tem a busca da perfeição também (sempre achamos que não estamos prontas para começar, que pode melhorar) e sempre vinha outra tarefa ou prioridade na frente.
Até que meu marido chegou para mim um dia e perguntou como andavam as coisas do trabalho e eu simplesmente respondi que não estava com tempo de fazer o que eu precisava.
Ele me deu um ultimato ali. Eu tinha um mês para colocar o negócio na rua. Começar a divulgar.
Gelei, mas a real é que se ele não me desse esse alerta, provavelmente eu continuaria levando com a barriga. Entendi que eu precisava de um plano de ação e esse plano de ação viria com uma organização de tempo.
Não sou especialista nisso, mas o que eu vou te falar aqui, aprendi na “marra” mesmo.
Talvez vocês não saibam, mas eu amo uma planilha de Excel. Sim, adoro dados e controles. Então, a primeira coisa que fiz foi projetar uma agenda, com todos os horários, do momento que eu acordava até que ia dormir.
Nessa planilha, primeiramente coloquei o que não poderia ser mudando: ex. levar e buscar a minha filha na escola.
Em seguida, fui incluindo coisas que eram prioridades no trabalho e pessoal. E por último, as tarefas que iam aparecendo, como médicos, supermercado, almoços e reuniões.
Entendi quanto tempo eu tinha para trabalhar, ficar com a minha filha e quanto tempo eu poderia direcionar para o restante das coisas que tinha que fazer.
Organizei meus dias e meus horários e então, consegui ver as coisas fluindo.
Com o tempo, fui melhorando nessa questão. Levava o computador do carro para terminar de escrever alguma coisa, enquanto esperava na fila da escola. Ou carregava o computador na aula de natação (faço isso até hoje).
E foi por isso que comecei a acordar mais cedo. Uma coisa que é importante para mim, que ajuda minha cabeça e meu corpo é a academia. Infelizmente chegando perto dos 40 anos já desisti da barriga tanquinho, mas faço porque me faz bem mesmo.
E vi, que se eu não colocasse um horário fixo para isso, eu deixava sempre passar. Se ia na hora do almoço, perdia para ir em uma reunião...Se eu ia depois de deixar as meninas na escola, eu perdia quase a minha manhã toda para isso e consequentemente perdia tempo de trabalho.
Então acordar cedo foi a solução para isso.
Além disso, muitas vezes trabalho a noite e aos finais de semana. Mas como amo o que eu faço, nem vejo problema nisso, pelo contrário! Eu faço isso normalmente quando tenho algum prazo importante, ou quando imprevistos acontecem. Faz parte, ainda mais para quem trabalha e tem filhos.
Mas resumidamente para terminar a nossa conversa hoje, só quero mostrar para você que não tem milagre. Todo mundo tem o mesmo tempo disponível, mas vai de você saber como vai usá-lo da melhor maneira possível.
Até semana que vem!
Bjs,
Carol.
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