Eu quero começar a conversa de hoje, fazendo um convite para vocês. Me responda o que vem logo de cara na sua cabeça quando você lê a palavra RECOMEÇO? O que ela significa para você?
Começar do zero? Medo? Angústia de sair da zona de conforto? Incerteza? Frio na barriga mas de uma maneira positiva?
Sabe o que eu vejo? Uma página em branco. E uma página em branco traz inúmeras oportunidades!
Nessa página em branco, o que você colocaria nela? Se fosse desenhar, qual seria o cenário que você queria ter? Se fosse escrever, quais palavras e metas iriam te guiar?
Porque eu trouxe esse assunto aqui? Por que agora quero ser coach? Não, gente!!!
Porque essa palavra tem muito significado para mim!
Tive que recomeçar minha carreira algumas vezes já...do zero, sozinha, às vezes sem muita direção. Com isso, eu consigo trazer aqui para vocês, a possibilidade de vocês saberem que recomeços podem significar grandes oportunidades na vida de vocês.
Lindo falar, né? Mas na prática não é bem assim. E eu faço essa afirmação porque eu já passei por isso.
A primeira vez que tive que recomeçar foi quando resolvi que não queria mais trabalhar com a profissão relacionada com a minha primeira formação. Sou formada em hotelaria e estava trabalhando há anos em hotel. Era uma vida de cão se querem saber.
Glamour só para quem se hospeda mesmo! Descobri isso na marra. Era muito cansativo e eu vi que nem gostava tanto assim daquela profissão.
Resolvi que queria um trabalho "normal", sem lidar tanto com situações inusitadas (vocês não têm ideia do que acontece dentro de hotéis), ter horários mais normais.
Fiz uma Pós Gradução em Administração na FGV e consegui mudar de área. Saí da hotelaria e fui parar no mundo corporativo, trabalhando com marketing e eventos no mercado financeiro.
Esse recomeço foi ótimo! Nada doído, pelo contrário! Eu vi que era capaz de correr atrás do que eu queria. Tive que fazer um investimento em um novo curso, que, além de caro (eu precisei de ajuda para pagar, porque não conseguia pagar sozinha com o meu salário de hoteleira), eu precisava dedicar meu tempo e atenção para isso.
Aqui já ficam algumas lições sobre recomeçar:
- Pode ser necessário investimentos, de tempo e de dinheiro também;
- Eventualmente precisamos pedir ajuda de pessoas que confiam na gente;
- Tem que ter força de vontade para mudar e acreditar na mudança;
- É preciso focar.
Nesse trabalho fiquei por uns 5 anos. Eu adorava! Gostava das pessoas que trabalhavam comigo, do trabalho em si, das viagens a trabalho, dos eventos que eu fazia...
Mas tudo na vida são fases, né? Essa fase era só eu e o meu marido...e o marido era super de boa com as viagens, chegar tarde, trabalhar de final de semana, o que fosse.
Mas daí eu engravidei da minha primeira filha, a Bia. E adivinhem o que aconteceu? O meu segundo recomeço estava prestes a começar.
Esse recomeço foi o mais difícil, pois eu estava em um "lugar confortável". A tendência nessa hora qual é? Ficar ali no "lugar confortável", né?
Agora, imagina aqui comigo...
Finge que hoje é sexta-feira. Você está em casa à tarde sozinha. Sem marido, sem filhos, sem obrigação nenhuma. Você escuta uma chuvinha lá fora e está frio. Coloca um moletom bem gostoso, meia e resolve deitar um pouco no sofá. Está passando sessão da tarde...aquele filme que você já decorou as falas, mas gosta, tipo "Casamento do Meu Melhor Amigo". Resolve assistir. Mas antes, acha melhor passar na cozinha, pegar um balde pipoca, uns brigadeiros e aproveita e pega uma mantinha para se proteger do frio.
Daí você se ajeita no sofá, gostoso e quando percebe, você pega no sono.
Você está dormindo de boa, sonhando com o Cauã Reymond sem camisa e de repente chega alguém, gritando e batendo panela, te chamando para malhar.
Tirando o emocional de lado, a vontade que você está de matar essa pessoa, sendo racional, você sabe que malhar é bom, porque ajuda a ficar em forma, a emagrecer, é saudável. Ou seja, estão te chamando para uma coisa boa, né?
Mas e o susto que você levou com as panelas batendo ao acordar? E o fato que está frio lá fora e você vai ter que sair debaixo das cobertas? Mas tem também os brigadeiros que você comeu..."Ah, deixa para depois"- você pensa.
Moral da minha super história: sair do "lugar confortável" dói. Traz desconfortos, incertezas, preguiça.
Depois que a Bia nasceu, o mundo corporativo não estava mais funcionando para mim. Até eu voltar da licença maternidade, eu acreditava que levaria de boa a relação trabalho x maternidade.
Estava rindo na cara do meu destino e não imaginava o que vinha pela frente ainda. E o que veio, veio com muita força.
Veio a culpa. Quando eu chegava em casa, já era tarde para ela. Ficava só um tempinho com ela antes dela dormir. Às vezes conseguia ir para casa na hora do almoço, às vezes não. Na minha cabeça, aquilo não era suficiente.
E a culpa é uma coisa muito maldosa. Nasce na nossa cabeça e fica ali martelando...e gente, não tem certo e errado na maternidade, nem na balança entre maternidade e trabalho principalmente. Existe o que é certo para cada uma mulher/ mãe.
Eu me cobrava por não estar presente no dia a dia da minha filha. Muitas vezes quando estava com ela, estava cansada ou preocupada com alguma coisa do trabalho. O que adiantava eu estar ali, sem estar ali de verdade? Minha cabeça era um turbilhão de sentimentos: a bendita culpa, o medo, a insatisfação…
Nessa fase, minha prioridade não era mais meu trabalho, mas sim a minha filha. E quando a gente tem um prioridade, as coisas mudam.
Eu assimilei que eu precisaria fazer alguma coisa a respeito daquilo. Ir trabalhar sofrendo não estava mais funcionando. Eu precisava de um equilíbrio, porque parar de trabalhar não era uma opção.
Eu sempre fui muito independente principalmente financeiramente. Não queria depender do meu marido para comprar minhas coisas...pedir dinheiro para comprar calcinha? Tô fora!
De novo, não que seja certo ou errado, mas é o meu perfil, faz parte da minha personalidade.
Então eu tinha a seguinte situação: não queria trabalhar do jeito que eu trabalhava, não queria parar de trabalhar, queria um trabalho que eu tivesse liberdade de tempo para fazer minha agenda, ganhar na loteria e também um unicórnio.
Tipo, que milagre era esse que eu estava procurando?
Eu queria ter um trabalho que me permitisse ter liberdade de tempo para poder acompanhar de perto o dia a dia da minha filha. Esse era o milagre.
Bom gente...e se eu contar que esse milagre existe e eu estou aqui para te contar sobre ele?
Depois que eu entendi o que eu queria, eu comecei a focar na solução: eu teria que tomar uma decisão de fazer alguma coisa diferente e sair do trabalho que eu tinha na época. A decisão mais difícil da vida: sair do certo para o incerto. Sair do meu sofá quentinho para ir malhar no frio e na chuva.
Voltei todo meu foco para a solução: comecei a pesquisar opções de trabalho. Conforme eu ia me aprofundando nas pesquisas, mais me sentia perdida.
Sabem aquela frase que falam que a solução dos nossos problemas estão bem diante dos nossos olhos? Pura verdade!
Nessa época eu vi que ajudava muitas amigas com tudo o que envolvia os preparativos para a chegada do bebê: ajudava a fazer lista das coisas que precisavam ser compradas no enxoval, indicava quantidade, fornecedores, profissionais, enfim...eu adorava fazer isso.
Não vi que tudo aquilo, essa ajuda com as amigas me davam um prazer enorme de me envolver com o mundo materno. Mas eu acredito que nada acontece por acaso!
Um dia, uma amiga me falou que eu deveria profissionalizar essa ajuda. Vender isso que eu fazia com as amigas, mas para outras pessoas. Nem imaginava que aquilo poderia ser uma profissão de verdade.
Imagina? Vender serviços para ajudar gestantes com todos os preparativos para a chegada do bebê e no pós parto?
Aquilo ficou martelando na minha cabeça e adivinhem? Descobri que existia uma profissão chamada baby planner, que fazia exatamente isso! E essa profissão foi o milagre na minha vida. O meu recomeço mais importante até agora.
Há mais de 7 anos atrás, larguei o mundo corporativo e comecei a trabalhar como baby planner.
Eu ajudava as gestantes com todos os preparativos para a chegada do bebê e no pós parto, com os serviços: cronograma da gravidez, ida a maternidade, lista de enxoval, eventos, organização (baby organizer), segurança da casa, quanto do bebê, cuidados com o recém nascido e muito mais!
Foram várias clientes, até trabalhos para grandes empresas durante esse tempo, mas o mais incrível de tudo isso foi o fato que, trabalhando como baby planner eu descobri uma profissão que me trazia várias liberdades:
Tempo: trabalhando quando eu queria, fazia a minha agenda;
Localização: podia trabalhar de onde precisasse;
Financeira: consequência do meu trabalho;
Emocional: tinha um trabalho que eu adorava fazer!
Depois disso ainda tive um terceiro recomeço, mas que vai ficar para uma próxima conversa!
Antes de encerrar aqui, quis mostrar para vocês não terem medo de recomeços. Sem eles, eu não estaria aqui agora contando tudo isso para vocês.
Não teria a oportunidade que tenho até hoje de acompanhar de perto a vida das minhas filhas, estar presente, trabalhar com algo que e eu realmente gosto, fazer minha agenda, trabalhar quando e onde eu quero e ainda ganhar dinheiro com isso.
Recomeços podem ser grandes oportunidades de mudanças, e mudanças boas!
Se o que eu falei de alguma maneira tocou você, se eu deixei uma "pulguinha" atrás da sua orelha em relação à mudança, a profissão de baby planner, pode me chamar que vou ter o maior prazer em conversar com você!
Até a próxima semana!
Bjs,
Carol.
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